sexta-feira, 23 de abril de 2010

Algodão na alimentação? O=

Todo o algodoeiro têm inúmeras aplicações e é por isso muito usado em todo o mundo.
Embora possamos pensar que do algodoeiro só se aproveita a fibra do algodão, tal não é verdade. Do caroço do algodoeiro é possível obter óleos comestíveis. As proteínas que produz podem ser aproveitadas para elaborar suplementos protéicos.
Os subprodutos do algodão podem ser classificados como primários, secundários, terciários e ainda potenciais.

No processamento de extracção do óleo obtêm-se subprodutos:

Primários:
-Línter- Camada fibrosa superficial que fica agarrada ao caroço após a remoção do algodão.
-Casca;
-Amêndoa;
-Algodão;
-Grão;

Secundários:
-Farinha integral;
-Óleo Bruto;
-Torta;
-Farelo;

Terciários:
-Óleo Refinado;
-Borra;
-Farinha desengordurada;

O caroço (ou semente) obtido a partir do descaroçamento é usado na indústria de óleos alimentares. Os subprodutos provenientes da extracção do óleo, são: torta, farelo, e outros ricos em proteínas.
Estes subprodutos podem constituir uma boa fonte de proteínas a usar na alimentação humana, no entanto, contêm gossipol. A remoção do gossipol torna-se essencial pois é um composto tóxico para animais monogástricos. A via genética, de extracção do gossipol é a preferida pois não acarreta a consequente eliminação de outros compostos não letais. Uma vez que os compostos do algodoeiro são de valor protéico elevado e a presença do gossipol, obriga a uma pré-remoção do mesmo já foram desenvolvidos nos Estados Unidos algodoeiros sem glândulas produtoras deste composto. Assim, poupa-se o trabalho da remoção. A administração deste composto em poligástricos é inofensiva, desde que seja controlada.
O óleo obtido do algodoeiro, um óleo de coloração escura é retirado por prensagem hidráulica ou usando extractores químicos, actuando ambos no grão que se encontra no interior do caroço.
Após o processamento do óleo bruto obtêm-se os produtos desejados e elimina-se o já referido gossipol, por um processo referido pelo esquema de baixo:


O resultado deste refinamentpo é um óleo de excelente qualidade nutricional utilizado para temperos e frituras. Têm compostos como ácido linoléico e vitamina E ou alfa tocoferol.
O ácido linoléico é um composto de grande importância no organismo e o seu papel é estimular ao aumento da utilização das gorduras pelo organismo. Por essa razão é utilizado como suplemento alimentar para atletas que procuram mais massa muscular e menos gordura.
O alfa tocoferol (vitamina E) têm bons resultados tanto para o óleo como para o ser humano, isto é:
-Maior durabilidade em caso de não ser usado, ou seja, maior capacidade de conservação, pois este composto é um antioxidant natural. Ao contrário dos óleos de soja e milho, este não sofre tantas alterações com o passar do tempo;
- Estudos científicos comprovam que altos níveis de alfa tocoferol diminuem a possibilidade de cancro da próstata;

Após a extracção do óleo, pode-se obter a chamada torta de algodão, tal como haviamos referido anteriormente.
Esta “torta”, pode ser utilizada como fertilizante na indústria de corantes, na alimentação animal (pricipamente) e na fabricação de farinhas alimentícias, após desintoxicação (extracção do gossipol).
Os subprodutos utilizados na alimentação de animais são:
-caroço;
-farelo;
-cascas da semente;
-línter;
O farelo é portanto o que sobra da extracção dos óleos, contidos no grão que ao serem esmagados são denominados tortas. Em função da quantidade de casca adicionada, temos diferentes composições de farelo. Ambos são utilizados na produção de rações, fertilizantes e farinhas, tal como está referido no quadro da figura 1.
Pesquisas sobre novas possibilidades de uso dos grãos, sobretudo da farinha de algodão, visando à sua valorização comercial, têm sido realizadas, principalmente no Laboratório de Tecnologia de Algodão do CIRAD, em parceria com a Universidade das Ciências em Montpellier, cujas ações de pesquisa em andamento contemplam o estudo das propriedades filmogénicas das proteínas de algodão para a formação de materiais biodegradáveis; a farinha de algodão deslipidada ou não, constitui matéria-prima protéica interessante para a realização dos filmes biodegradáveis, competindo com os existentes, já comercializados. A textura e as propriedades de aderência dos filmes oriundos de farinhas glandel, favorece sua utilização dentro da medicina, como na fabricação de próteses e de bandagens.

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